Fabricantes de PCs estão sofrendo com a pressão da Microsoft para a instituição de um novo tipo de autenticação para o Windows 8. O novo método de pré-instalação e autenticação do sistema da Microsoft na BIOS pode comprometer a capacidade dos usuários em optar por outro sistema operacional, como o Linux. Seja para dual-boot, seja para simplesmente optar por outra alternativa.
Isso vem irritando os fabricantes e também a Fundação do Software Livre (FSF) a tal ponto que o pessoal da Fundação sugere que os consumidores boicotem o sistema e façam pressão para que a Microsoft alivie a barra. A pressão da FSF é que os fabricantes usem o novo Secure Boot do Windows 8 na BIOS de uma maneira que o sistema não proíba os usuários de ter a liberdade de usar qualquer distribuição do Linux em seu computador.
O Secure Boot é uma ideia de evitar que um código malicioso, ou voltado para romper a autenticação do Windows, rode na inicialização. Desta forma, apenas “códigos com assinatura boa” poderão funcionar ao inicializar o computador. Isso abre brechas para que, simplesmente, a Microsoft considere “bom” apenas o seu produto.
Segundo Ross Anderson, professor da Universidade de Cambridge, “a inicialização segura pode romper o direito de livre concorrência na União Europeia”. Em resposta à crise que estourou ontem, conforme noticiamos no TechTudo, sobre os custos da nova inicialização e autenticação, a Microsoft divulgou em seu blog que os fabricantes serão livres para customizarem este suporte: “eles poderão personalizar os parâmetros de inicialização em um esforço para entregar uma proposta única para os consumidores”. Mas mesmo assim, ao que tudo indica, o fabricante não terá liberdade para escolher como ativar o Secure Boot.
A maior crítica recai sobre o fato de que as chaves que autenticam ou falseiam um código na inicialização estarão nas mãos da Microsoft e dos fabricantes. Em comunicado, a Fundação declarou que irá incentivar um boicote dos consumidores em relação a equipamentos que operem com o Windows 8: “comprometemo-nos a não comprar e nem recomendar sistemas que tirem liberdades críticas dos usuários”. Além disso, a FSF classificou o Secure Boot (boot seguro) de “restricted boot” (boot restrito”), e classificou a prática como “qualquer coisa, menos uma característica de segurança”.
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